terça-feira, 18 de setembro de 2012

1


1
   
A ponta dos pés tocava suavemente o parapeito, seus dedos deslizavam, uma lagrima cai ao chão estava certa que seria a ultima. Seus dedos dos pés pressionavam-se contra o cimento, o outro pé avança para o parapeito. Expressa em seu olhar melancolia, o ultimo olhar para aquele ambiente de prospecto vivido, mas em contraste rostos mortos. Sempre uma direção certa, um passo mecânico após o outro, são todos mecânicos.
Vivido por luzes, mas triste pelo concreto, as janelas, pequenas jaulas luminosas. A luz, luz que tanto incomoda, por que tanta luz? Luzes irritam, o concreto entristece. Ela observa as pequenas janelas, algumas piscam outras projetam imagens coloridas provenientes de televisores, analgésicos em forma de som e luz.
O vento toca em seu cabelo e o afasta para trás, cantando em seu ouvido. Ela olha uma ultima vez para o rio. Sua expressão, antes de melancolia, se torna vazio, indecifrável. Olhos claros com um tom peculiar, embranquecido, da cor do reflexo das nuvens do crepúsculo no rio, branco, branco como a paz que logo a libertaria. As nuvens claras envoltas ao céu azul escuro, manchado com o ultimo raio de sol. Branco, a cor do rio, a cor de seus olhos a cor de sua dor. Era a ultima visão que teria, estende a mão como se segurasse aos braços do vento que cantava a doce canção do desfalecimento e de costas, se entrega calmamente.


Nenhum comentário:

Postar um comentário