terça-feira, 18 de setembro de 2012

3 12 de abril. Madrugada. André


3 12 de abril. Madrugada. André
André avançou o sinal, vermelho em sua moto preta, bancos de couro, estilo chopper. Usava óculos escuros, cabelos encaracolados, agitando-se ao vento. Uma mulher atraente de cabelos ruivos curtos, tatuagem tribal na coxa, uma pesada sombra nos olhos, batom roxo pircing no canto inferior do lábio, e outro no canto superior da orelha, um sorriso malicioso e sutil divide o acento de sua moto.
Adentraram em um pub rocker punk, sujo, cheio, mas incrivelmente agradável para aqueles que já se habituaram. Queens Sanitary era o nome.
-Duas doses de vodka.
-Anarquist Zombies eles são bons.
-É, são. -Disse André com o sabor ardente de vodka russa na sua garganta.
-Como foi o trabalho hoje ? Pergunta nara.
-Mais um. - Resmunga André.
-Entendo.
- Não sentir dor, livrar-se de toda a pressão, destituir-se de toda melancolia, vale a renegação à vida ?
Nara fita as antigas cicatrizes em seu pulso. – Ingênua pergunta a sua. – Sorriu. – Quando viver doí  a renegação a vida é um mecanismo de defesa quase involuntário em relação a dor.
- Logo o suicídio é uma reação simplesmente, natural, não faculta dela a razão? A questiona André.
- É complexo.
- É sua resposta pra o que não consegue responder. – André sorri.
- É minha resposta para o que não quero responder. Retrucou.
- Desculpe.
- Relaxe. – Nara esforçou-se para esboçar um sorriso reconfortante.

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