3 12 de
abril. Madrugada. André
André
avançou o sinal, vermelho em sua moto preta, bancos de couro, estilo chopper.
Usava óculos escuros, cabelos encaracolados, agitando-se ao vento. Uma mulher
atraente de cabelos ruivos curtos, tatuagem tribal na coxa, uma pesada sombra
nos olhos, batom roxo pircing no canto inferior do lábio, e outro no canto
superior da orelha, um sorriso malicioso e sutil divide o acento de sua moto.
Adentraram
em um pub rocker punk, sujo, cheio, mas incrivelmente agradável para aqueles
que já se habituaram. Queens Sanitary era o nome.
-Duas doses
de vodka.
-Anarquist
Zombies eles são bons.
-É, são.
-Disse André com o sabor ardente de vodka russa na sua garganta.
-Como foi o
trabalho hoje ? Pergunta nara.
-Mais um. -
Resmunga André.
-Entendo.
- Não
sentir dor, livrar-se de toda a pressão, destituir-se de toda melancolia, vale
a renegação à vida ?
Nara fita
as antigas cicatrizes em seu pulso. – Ingênua pergunta a sua. – Sorriu. –
Quando viver doí a renegação a vida é um mecanismo de defesa quase
involuntário em relação a dor.
- Logo o
suicídio é uma reação simplesmente, natural, não faculta dela a razão? A
questiona André.
- É
complexo.
- É sua
resposta pra o que não consegue responder. – André sorri.
- É minha
resposta para o que não quero responder. Retrucou.
- Desculpe.
- Relaxe. –
Nara esforçou-se para esboçar um sorriso reconfortante.
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